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Hipnoterapia: mitos, verdades e perguntas frequentes

Atualizado: 21 de jun. de 2020


Como funciona?

A hipnose é um estado de consciência em que a concentração mental se amplia e se foca internamente; este estado pode ser tão intenso ou profundo que a pessoa (re)experimenta com mais consciência e vivacidade sensações, sentimentos, perceções, imagens, regressões e/ou memórias.


Quando uma pessoa se encontra em estado hipnótico, o corpo pode ficar totalmente relaxado (diferente do sono), mas a mente está até mais desperta, só que para o mundo interno (diferente do estado de vigília).


No estado hipnótico, há uma diminuição da parte mais racional do nosso cérebro (neocórtex), e uma ativação maior das camadas mais profundas do cérebro mamífero e reptiliano (emoções, sensações).


Lembrando de um iceberg, todos nós temos uma parte consciente (superfície) e uma parte inconsciente (profundeza); a hipnoterapia funciona como um mergulho no inconsciente e possibilita um aprofundamento do autoconhecimento e uma maior conexão interna. O terapeuta auxilia o paciente a mergulhar de forma mais profunda e, nessa profundeza, a pessoa fica mais aberta a conhecer e trabalhar os sentimentos, memórias e conteúdos mais inconscientes, tornando-se mais recetiva a sugestões diretas e indiretas que levem à mudança. Nesse inconsciente, que é sábio e poderoso, estão os conteúdos limitadores e pouco saudáveis, mas também os recursos para os mudar.


Mitos e Verdades

O esclarecimento de alguns mitos associados à hipnoterapia é fundamental!

Pessoas que procuram terapia com hipnose no sentido de transformar algo sem um trabalho e comprometimento individual, normalmente têm insucesso, porque isso não existe (infelizmente, às vezes, algumas publicidades “hipnotizam” nesse sentido e o nosso trabalho inicial é "desipnotizar" de alguns mitos e ideias erradas relacionadas à hipnoterapia).


Hipnose não é terapia

A hipnose não é uma forma de psicoterapia mas sim uma ferramenta complementar que, quando usada de forma correta, facilita os processos de mudança. É uma ferramenta que ajuda a aflorar conteúdos inconscientes e estabelecer recursos.

Possibilita bons resultados, por exemplo, no tratamento de fobias, ansiedade, depressão, problemas emocionais, processos traumáticos, entre outros.


Hipnose não é mágica

Esta é a primeira coisa que um profissional deve deixar claro. A hipnose não realiza milagres.

É preciso a motivação da pessoa (a vontade de mudar é 50% do caminho), abertura para o mundo interno e um trabalho pessoal de transformação.


Hipnose não significa inconsciência

Apesar de se conectar com níveis mais inconscientes e profundos, a pessoa/cliente é ativo no seu processo, é um observador atento e é ele quem faz o próprio caminho; o terapeuta apenas o conduz (como um co-piloto) a encontrar os recursos e respostas dentro de si.


Hipnose não é sono

O estado hipnótico é um estado entre a vigília e o sono, anterior ao sono. Pode ser semelhante ao sono* do ponto de vista físico (atividade diminuída, relaxamento muscular, respiração suave), mas do ponto de vista mental a pessoa está relaxada de forma alerta.

*Hypnos, deus do sono na mitologia grega, dá origem ao nome “hipnose”.



Hipnose não é regressão

Regressão é um dos fenómenos hipnóticos que pode ocorrer com a pessoa em estados mais profundos, mas nem toda as pessoas regridem, sobretudo as mais atentas, as mais controladoras e racionais.

É bom lembrar que, na regressão, as memórias podem ser construídas, mas o que vale para o trabalho é a realidade psíquica e o simbolismo do material inconsciente.


Tenho dificuldade em concentrar/visualizar

Existem vários caminhos para focar a atenção e a imaginação funciona de muitas formas e dimensões. Certamente, haverá uma forma mais aplicável às características de cada pessoa e, como qualquer habilidade, requer treino e prática.

As pessoas poderão ser mais "visuais“ (colocam facilmente imagens na sua mente), outras mais cinestésicas (sentem através dos sentidos) e outras respondem melhor com pensamentos e informações auditivas. E isso é avaliado e treinado também durante o processo.


Uma sessão de hipnoterapia é como o que vemos na TV?

Existe ainda a ideia clássica do “hipnotizador que toca na testa ou estala os dedos e as pessoas parecem que desligam…".

O que vemos na TV e internet normalmente desinforma e fascina mais do que propriamente descreve aquilo que acontece numa sessão real de hipnoterapia clínica.

Além disso, na TV vemos apenas a parte editada de um processo mais vasto: antes, as pessoas são preparadas para facilitar e agilizar as técnicas em televisão.

No caso da hipnose de palco, são feitos testes de triagem à audiência para selecionar indivíduos que, naquele momento, estão mais sugestionáveis.


Todos conseguem ser hipnotizados?

Na visão Ericksoniana, o estado hipnótico é um estado em que nos podemos encontrar no dia a dia (daí o nome hipnose naturalista também associado à abordagem ericksoniana).

A hipnose faz parte do nosso quotidiano: é um estado que ocorre naturalmente quando a nossa atenção está fixa numa coisa, absorvendo-nos de tal forma que tudo o resto desaparece (ex. leitura de um livro, enredo de um filme).

No dia a dia, esse estado acontece perante algo externo; na hipnoterapia, a nossa atenção fixa-se no mundo interno.

Então, entrar em hipnose num determinado momento depende do grau de sensibilidade no momento, isto é, de quanto as pessoas estão abertas a responder à hipnoterapia naquele momento.


Irei fazer algo contra a minha vontade?

Na sessão, a pessoa estará sempre ao volante e em controlo.

Todas as pessoas têm um sistema de crenças e convicções que funciona como um filtro protetor: então, qualquer sugestão que lhe seja feita e que contrarie esse sistema de crenças tende a ser rejeitada no cérebro e desperta o neocórtex.

É por isso, também, que não resulta fazer hipnoterapia se não houver uma real vontade de mudar no inconsciente da pessoa.

Alguém que diz “a mim não me hipnotizam!” não será de facto hipnotizado, porque a hipnose não é um jogo de vontades ou de dominação e depende da vontade interna da pessoa.


Uma pessoa sugestionável ou que é hipnotizada tem fraca vontade?

Algumas pessoas acreditam que só pessoas “de mente fraca” são sujeitas a hipnose, mas é precisamente o contrário: quanto mais segura e confiante uma pessoa está e quanto mais à vontade se sente com o seu mundo interno, mais facilmente ela entra em estado hipnótico.


A hipnose é semelhante à meditação?

Sim, os estados de focagem de atenção e de relaxamento poderão ser muito semelhantes.

A diferença é, acima de tudo, na "personalização" e na fenomenologia que o terapeuta usa no processo de hipnose: durante o exercício hipnótico, normalmente a pessoa partilha verbalmente o decorrer da experiência com o terapeuta e o terapeuta mantém uma atenção permanente à linguagem corporal e um respeito pelas crenças e criatividade da pessoa.


A hipnose causa danos?

A hipnose não causa danos se usada por profissionais competentes e habilitados. Por trabalhar com o sistema nervoso e a mente inconsciente do ser humano, é importante que seja conduzida por alguém preparado para lidar com a mente humana, que conheça o lado psicológico e psicodinâmico dos problemas que a pessoa traz (ex. psicólogo, psicoterapeuta, médico).


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